quinta-feira, 29 de maio de 2008

crepúsculo

E mais uma vez o crepúsculo chegava.
Deitada em sua cama a menina via o fim do dia.
Finalmente ela poderia arrancar aquele falso sorriso de seus lábios, a noite a protegeria.
A medida que estrelas apareciam lágrimas escorriam.
O vento soprava mentiras em seu ouvido, e mesmo sabendo que não era verdade ela se apegava àquilo. Frágil e apavorada ela se agarraria a qualquer coisa que a fizesse sobreviver mais alguns minutos naquele mar vermelho.
Seu batom estava borrado, seu cabelo molhado e suas unhas do pé mal feitas, mas ela não tinha consciência disso. O que ela sabia era que o crepúsculo havia enfim chegado e que pelas próximas horas ela poderia enfim tirar a mascara

2 comentários:

Adoniran Leblon disse...

Sempre há alguém nas literaturas que tira a máscara, não é... E a gente fica olhando, admirado. E fica pensando: e minha máscara, quando eu tiro? Quando é que não vai ter outra por baixo?

Prof Maki disse...

pensa só...
basicamente, escrever bem requer duas coisas.
uma exige uma técnica que se aprende na escola. e é chamada de gramática.
a outra coisa não tem quem ensine. na verdade vc só aprende com o passar dos anos da sua vida. e se chama maturidade.
apesar da gramática ser fundamental ela é uma coisa que a gente aprende e, com um pouco de esforço, todo mundo consegue obter, e por isso é perdoável às vezes cometer alguns deslizes. se trata de uma técnica e errar é humano. certo? gramática é apenas uma ferramenta banal. a essência do texto está na mensagem que ele pretende passar.
agora o que é imperdoável é escrever e faltar coerência porque isto significa que vc falhou na sua tentativa de passar uma idéia, temos um bom exemplo no seu texto que é de extrema maturidade e isto é admirável! mas dizer que "sou um alagoano nascido em brasília e minha cidade natal é blumenal" é de extrema falta de coerência... se quer transmitir a idéia de que é algoano por admirar suas belas praias porém brasiliense pela sua ousada arquitetura mas não se cansa de beber cerveja de trigo então escreva! escrever "eu ando sem pernas" ou "eu vejo sem os olhos" ou "adormeço na minha eterna insônia" qualquer um consegue. mas o que torna um texto interessante e diferente é a objetividade. apresentar as nuâncias da vida e utilizar de sua experiência para descrever a vida. não nos interessa a subjetividade. o que a gente quer saber não é como vc pensa e sim o que vc pensa. eu sempre disse para vc que: ou vc escreve só para vc; ou vc escreve para as pessoas lerem! e se vc escreve para as pessoas lerem é porque vc precisa passar uma idéia, uma mensagem, o seu ponto de vista. e o seu texto está incrível neste ponto querida! cada vez mais seus textos estão maduros e com muito equilíbrio entre o racional e o emocional. e minha admiração por eles cresce. é impressionante. (mas pelo amor de deus corrige o "àquele" e o "agarraria")
parabéns!
bjs