segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

ahh tah bom vai.. não to tãoo deprimida assim por fazer 18 anos

domingo, 24 de fevereiro de 2008

18 anos

Daqui alguns minutos serei adulta.
Qualquer um que me conheça bem sabe que eu estou chorando.
Acontece que eu sempre gostei de não ser adulta...mas inevitavelmente logo mais serei gente grande.
A cem anos atras alguem fez 18 anos. Ontem alguem fez 18 anos. Hoje alguem fez 18 anos. Amanha eu farei 18 anos. Amanhã serei adulta..amanha serei considerada responsavel pelos meus atos.
Muitos dizem que 18 anos é alforria. Estes são cegos...Adultos não são livres. Na escola nos preparam para obrigações... no começo são as lições de casa... depois provas...depois fisica...as coisas vão piorando.
DROGA! NÃO CONSIGO ESCREVER!
Minha vontade é apagar tudo que escrevi até agora... mas não farei. A vida é uma apresentaçao sem ensaios. O tempo não nos permite apagar. E hoje não apagarei nada.
Sim eu errei, mas se não tivesse errado não saberia que eram errados... enfimmm vamos voltar a minhas ideias ainda infantis.
Crianças são livres. Elas podem falar no cinema, podem chamar a mãe quando tem medo e podem fingir uma dor de barriga quando querem sair mais cedo da escola.
Quando a gente cresce a gente sabe que falar no cinema é falta de educação...e logo torna-se proibido... e agora a minha mãe não pode mais resolver todos os meus problemas e isso sem falar que tudo o que eu mais quero é voltar para escola.
ADÃO E EVA
Eva era muito curiosa. Deus concedeu o Paraiso a ela. Deus concedeu um companheiro leal e carinhoso. Deus concedeu água fresca e frutas docinhas. Deus concedeu dias quentes para banhos gelados na cachoeira e dias frios para abraços mais longos que o leito do rio. Deus só fez um ressalta. Não provar o fruto proibido.
Eva era muito curiosa. Seu desejo concebeu uma mordida na fruta. A partir daquele momento ela podia morder a mação. Mas perdera todo o resto. O paraiso se perdeu. Mas ela ligou? Não!! Ela disse a Adão
"Olher amor! Nossa alforria! Agora podemos fazer o que quisermos"
Daqui a cinco minutos eu poderi entrar em qualquer balada, comprar a vodka que eu quiser e quantos pacotes de malboro eu quiser....( detalhe: eu não sou fã de baladas, não bebo e não fumo.) Em compesação não poderei mais subir na escada rolante que desce no shopping...Não poderei mais tomar novalgina com açucar... não poderei mais dizer " sou criança! tendo todo o direito de ser imbecil"
Eles disfarçam dizendo que agora começa a vida... que agora é alforria mas na verdade é a escravidão. Agora é o fim......
FOI SE.
Meu pai mãe a namorado acabram de me dar parabens.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Na sala de espera

Era uma sala de espera. Dessas com pessoas cansadas e banquinhos desconfortáveis onde se fica sentando tentando se concentrar em não se concentrar naquilo que passa, pois perceebe-se as coisas passando, a vida andando, percebe-se então que estão sentadas esperando.
Eu era uma dessas pessoas na sala de espera e como maneira de não notar minha própria frustração admirava a dos outros. A mulher ao meu lado estalava os dedos, a mulher a minha frente umedecia freneticamente os lábios, um homem sentando longe de mim olhava inerte para a parede branca a sua frente.
E assim... Olhando aos outros que me olhei. Me olhei quando ela entrou. Devia ter minha altura, cabelo castanho preso por um longo rabo de cavalo, olhos delineados com lápis preto, um colar preso ao pescoço trazendo como pingente um Sol. Mas nada disso importa. Tudo se resumia ao fato dela estar usando uniforme! Ela era a menina de uniforme.. Mas e eu?
Lá estava eu, de mini-saia, cabelo penteado, rimel nos olhos, gloss na boca e, além disso, tudo unhas feitas! Lá estava eu, quase completamente mulher. Mas eu que por anos havia sido a menina de uniforme havia perdido meu cargo.
Lá estava ela, com seu nome escrito com caneta azul na mão, Juliana, com aquele olhar arrogante que só alguém que carrega a vista, o fato de ser especial pode ter. Ela era a estudante, a colegial, a menina de uniforme, a menina que roubou meu lugar.
O nome de seu colégio estampado com letras azuis na sua camiseta gritava "esta menina é amada pelos pais, cuidada pelos professores, zelada pelos diretores e o único peso que carrega nas costas é o do livro de física.”.
E a partir daquele momento quando alguém sentando naqueles banquinhos desconfortáveis temia o futuro era para ela que seus olhares se voltavam, ela era a esperança, era ela que trazia a lembrança que algo novo estava em construção. Quando alguém insatisfeito com o presente se aborrecia era na direção da menina de uniforme que este alguém olhava. Ela era a personificação da paixão adolescente, dos telefonemas que duram tardes inteiras, das tardes no cinema e das não perenes amizades eternas. O uniforme é a armadura da juventude e o semblante da inocência. Ele reflete a resistência maleável dos amigos da classe e o amor dos pais, professores e diretores que se preocupam tanto com aquela menina que chegaram ao ponto de lhe dar um uniforme!
Eu já não tenho um uniforme. Meus professores já terminaram sua tarefa, meus diretores já não zelam por mim. Perdi minha armadura e mesmo sendo jovem não tenho mais aquele brilho pulsante. Já não uso minha saia do uniforme, já não carrego um fichário contra o peito, grande parte minhas amizades não se mostraram perenes... enfim tudo se resume ao fato de eu não usar mais uniforme.
A mulher ao meu lado estalava os dedos, a mulher atrás de mim umedecia freneticamente os lábios, o homem sentando longe de mim olhava inerte para a parede e eu com angustia fitava a menina de uniforme e esta por sua vez mal podia esperar para chegar em casa, tirar o uniforme e tomar um banho quente.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

E se você pudesse voltar?

Já é tarde da noite... Mas é tão tarde que já é de manha cedo. Morfeu ainda não se deitou sobre mim... então eu aproveito para pensar.

Aproveito para pensar em você. Diga-me uma coisa... era um jogo para você? Sempre foi um jogo para você?

Eu ainda me lembro daquela manhã... Daquela manhã em que o mundo girava, mas nós não. Ainda me lembro daquela manhã... Daquela em que chovia, mas a água não nos molhava. Não poderia me esquecer daquela manhã... Daquela manhã em que as pessoas passavam por nos, mas ninguém nos via. E você? Ainda se lembra?

Você ainda se lembra daquela noite... Daquela noite em que o mundo girava e nós também? Você ainda se lembra daquela noite... Daquela noite em que corremos da personificação de nosso futuro? Duvido que você possa se esquecer das coisas que seu olho viu naquela noite. Eu ainda me lembro

Eu sou uma tola. Eu sempre fui uma tola. Eu não percebi os sinais... Mas e você percebeu ou era só um jogo para você? Sempre fui um jogo para você?

Se não fui porque não é na minha mão que você esta segurando? Solte a mão dela e me mostre que eu não fui um jogo, solte a mão dela e me diga que sou uma tola.

E se você pudesse voltar naquela noite? Faria diferente? E se eu pudesse voltar naquela manhã, faria diferente? Perguntas tolas, perguntas hipotéticas e eu sei disso... mas se você pudesse voltar? Destruiria tudo de novo? Pegaria na mão dela de novo?

Naquela manhã enquanto eu penteava meu cabelo e escolhia um colar bonito eu me prometi que eu diria a verdade. Naquela manhã enquanto eu ficava bonita para você eu jurei que não agüentaria mais nenhum dia com aquele sentimento preso no meu peito.

Eu quebrei minha promessa e jurei em falso...

Mas e você? Prometeu alguma coisa naquela noite? Ou era só um jogo para você?

Ahhhh.................................................................................Se ainda pudéssemos resolver as coisas, se pudéssemos nos libertar dos grilhões do orgulho, se não fizéssemos jogos e ilusões. Se eu pudesse tentar não te enganar...Se você pudesse tentar não me enganar...Se você pudesse tentar não se enganar...Se eu pudesse tentar não me enganar...

Se nos pudéssemos tudo isso as coisas seriam menos confusas e talvez nossos desejos se tornassem mais claros... E talvez nossos lábios se tornassem mais próximos.

Mas de qualquer jeito eu sou somente uma tola. E eu só queria estar com você.

Mas eu acho que de qualquer jeito era só um jogo.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Feminices

Um telefonema as 9 da noite
- Oi meu amor!
- Oi! Sabe com quem eu falei hoje?
- Com quem gatinho?
- Com a Bianca!
-Hummm eu não gosto dela
- Ela gosta de você! Eu disse para ela que tinha ciumes dela e ela...
- O QUE? VOCÊ FALOU ISSO PARA ELA?
- Falei gatinha..pq não era para falar?
- Meu deus! Que absurdo! Como você falou isso?
- Ai Gata, não vi problema nisso..
- Como não? Agora ela se acha superior a mim!
- Superior? Ela sabe que eu sou louco por você
- Não é essa a questão! Agora ela sabe que por algum motivo eu tenho medo dela..
- Ai ela nem pensou nisso..
- AGORA ELA ACHA QUE ELA É A FEMEA ALFA!
- Oque?
- AI QUE RAIVA! ELA DEVA ESTAR TODA SERELEPE!
- Gata para de gritar..
- Ah quer que eu fale baixinho? FALA VOCÊ BAIXINHO JÁ QUE É O MEU ORGULHO QUE FOI FERIDO DE MORTE!
- Amor você não acha que ta exagerando?
- E AGORA? O QUE EU FAÇO! Tah tudo acabado..ela pensa que eu tenho medo dela
- Medo? Ai para meu amor.. vc tah muitoo tensa quer uma massagem?
-Para de tentar me agradar agora? Voce já estragou tudo..
- Desculpa!
- Você é um idiota! Mas um idiota sem querer....
- Desculpa! O que mais eu posso fazer?
- Você destruiu meu orgulho!!!
- Ai..quer que eu pare de falar com ela?
- Não! Pq se você parar de falar com ela vai ser por causa da sua namorada ciumenta.
- Quer que eu faça o que?
- Nada! Você já estragou tudo que tem para estragar!
- Ai Gata que drama meu amor..
- DRAMA?
- Você sabe que eu gosto muitoo de você. E só de você..
-ISSO NÃO ME IMPORTA AGORA!!!
-Você tá chorando?
- To! Por sua culpa! Olha eu to muito magoada..te ligo mais tarde... eu te odeio
Um telefonema a 1:30 da madrugada
- Humm quem é?
- Meu gatinho me desculpa?
- Gata? É você?
- É..eu sei q você trabalha a amnha as duas da manhã mas eu acho que peguei pesado hoje...desculpa?
- Claro..você me magoou.
- Desculpa? Eu te adoro! DESCULPA? Por favor? Desculpa
- Gata você tah chorando?
- To de arrependimento!
- Eu te deculpo claro.. mas eu preciso ir dormir.. amanha nos falamos?
- Fala que gosta de mim?
- Eu te adoro, Boa noite
- Beijos

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Efeitos de uma Miopia

Fazia exatamente três semanas que ela havia acabado o namoro. Seus olhos estavam começando a se desinchar quando resolveu ir para a balada. Estava naquela fase em que para aja a consolação à esperança precisa romper toda a sujeira do solo germinar como uma flor selvagem faz. Ela decidiu ir para a balada sem se importar com a balada, pois não queria dançar, pois não queria beber, pois ela queria se divertir, o que ela queria era que a vissem dançar, beber e achassem então que ela estava se divertindo e que as pessoas numa tentativa de também se divertirem se juntassem a ela fazendo com que de fato ela se divertisse.

Foi quando ela estava na pista de dança que o notou. Alto, loiro, cabelo encaracolado, mas acima disso tudo ela notou os óculos. Ele usava óculos na balada! Ela pensou então que se ele usava óculos na balada ele usava óculos fora e se ele usava óculos dentro e fora ele era coerente dentro e fora, ele não usava disfarces ou mascaras ele era o garoto de óculos! E mais, o fato dele usar óculos mostrava que queria ver melhor o mundo, não importava o lugar onde estava ele simplesmente queria enxergar.

Talvez ela tenha ficado olhando para ele tempo demais ou sabe-se lá o que! Mas o fato é que ele se aproximou dela com passos firmes e compridos. Ela então corou, sabia que ele vinha na direção dela, mas então uma garota pulou na frente dele e por um momento ela pensou:

"Fui trocada."

Mas com impetuosidade ele afastou a garota e se aproximou dela dizendo:

"Baladinha ruim não é mesmo?"

Ela olhou a sua volta. Não parecia ruim. Mas também não parecia boa.

"Já fui a melhores."

"Como você se chama?"

"Eu me chamo d' eu as outras pessoas me chamam de você ou pelo meu nome"

Ele riu e ela pensou - legal agora ele já sabe que eu sou nerd!

“E o seu nome é?"

"Letícia e o seu?"

"Victor"

"Por que usa óculos? É míope?"

"Sim não vejo nada sem eles!"

A conversa foi rolando fácil apesar da musica extremamente alta e o casal foi entrando em tão perfeita sintonia que logo ele disse:

“Quer um gole da minha cerveja?"

Ela pegou a latinha levou aos lábios e deu um gole longo. Afastou a latinha da boca e passou a língua nos lábio. Ele pegou a latinha da mão dela e bebeu. Aquela troca, uma perfeita dança, fez com que se constituísse entre eles uma grande intimidade. E ele então tentou beija-la, mas, ela rapidamente desviou o rosto e jogou seu corpo em cima do dele abraçando-o e sussurrando em ouvido.

“Quer me beijar é? Para depois sair e beijar outra?"

"Eu gostei de você Lê. É serio, não quero mais outra”.

Mais uma vez ele tentou beija-la e mais uma vez ela desviou.

"Palavras ao vento Victor. Não quero ser mais uma conquista, mais um beijo na balada.”
“Não vai ser querida, confia em mim”.

Ele então tentou mais uma vez e dessa vez, não encontrou resistência. Como poderia? Ela era a querida e sendo querida como não poderia confiar nele? Como uma querida não confia em seu querido? Ela se entregou como a muito não fazia. O beijo fez com que seu corpo queimasse e assim consegui derreter todas as lagrímas congeladas desde o fim de seu namoro.

Ficaram assim a noite toda. E na hora da despedida ele prometeu ligar e ela prometeu atender. Enquanto ia para casa temia que não ligasse e que se ele não ligasse vida que agora ardia dentro dela se apagasse.

No dia seguinte ele ligou. Quando ele disse que queria marcar um novo encontro o corpo dela pulso em êxtase. E o nirvana se encontrava a cinco passos de sua sala de estar.

Se encontraram então em uma rua deserta, ele a levou pela mão até embaixo de uma árvore e lá começaram a se beijar. Ele beijava seu colo, seu pescoço e ela de leve mordia a orelha dele. E de beijos, mordias e desejos um verdadeiro romance germinou.

Até que um dia ele liga e diz

"Querida tenho uma coisa para te contar, você não vai gostar de saber...”.

“O que?"

"Tenho namorada"

Nesse momento ela sentiu como se um imã sugasse toda sua a vida e no lugar entrasse uma mistura de desilusão e raiva.

"Não se preocupe querida! Isso não vai mudar o que sinto por você e nossa relação vai ser como um namoro só que sem a parte ruim... sem cobranças e muito prazer!"

Ela recuou. Não queria isso. A ideia de ser a outra não lhe agradava. Ser a outra querida não era o suficiente. O que ela sentia era muito grande e que para que aquilo sobrevivesse precisaria ter tudo. Coisa que sendo a outra não seria.

No começo ela tentou manter alguma dignidade, dizia que não o queria, dizia que não seria a outra, mas depois do começo ela se despiu do seu orgulho e de sua roupa.

E foi assim que ela sem querer foi entrando em seu namoro sem namorado. Ela lhe era fiel. Para ela não havia nenhum homem exceto ele, seu querido.

Ele também lhe era fiel, e só seria infiel se fosse contra sua própria falta de caráter, a infidelidade dele para com ela estaria calcada em um amor que poderia sentir pela namorada. Só seria infiel se amasse a namorada e ela fosse apenas um corpo para esquentá-lo em noites frias e não a querida.

E um dia após conversarem sobre o tempo ele acabou falando

“Eu gosto cada dia mais da minha namorada..."

Pronto ai estava à confissão que precisava. Ele a traíra. Ele tivera algum escrúpulo...

Sem aparentes motivos eles nunca mais se viram... Ele ligou, ele implorou, e quando não aguentou mais perguntou:

"Por quê?"

Sua resposta foi o silencio.

Como ela poderia responder a ele que guardando uma parte dele para a namorada ele lhe foi infiel? Como ele entenderia que a infidelidade também pede fidelidade?

Ela chorou e pensou em sua relação... Pensou naquela noite...

“E ele usava óculos!"

Repetia para si mesma... Foi então que entendeu. Com os óculos eles via o mundo da maneira como queria e se protegia do resto. Foi ai que ela viu com os óculos ele não queria ver a realidade, mas distorcê-la. Com aqueles óculos ele adaptava o mundo e via as coisas como ele achava que deveriam ser.