domingo, 16 de março de 2008

POR QUE

Deus é o bem.
O Diabo é o mal.
Valores maniqueístas atolam nossa mente. E perguntas relacionadas a eles nos fazem caminhar na busca de um mapa sem X com pés descalços no chão duro e cheio de pedrinhas dessa ilha das ilusões. A verdade é tão relativa que esta simples afirmação se torna um paradoxal.
Acontece que mesmo sabendo disso o maniqueísmo tem uma força magnetizadora sobre nós. A simplicidade dele nos encanta. Quando olhamos para o mundo com olhar maniqueísta ele se torna um quartinho de criança com papel de parede amarelo. A doçura que o mobile traz quando gira em cima do berço com sua pueril melodia. Valores tão fixados em bem ou mal nos atarem, mas um dia precisamos sair desta ilha no meio do oceanos das lágrimas e entendermos que tudo é relativo. Tudo é uma convenção. E no somos otimas vaquinhas de presépio balançando a cabeça afirmamente para tudo que no é dado.
Por que aquilo é belo? Por que não é? Por que isso é aquilo? Quando iremos arrancar esses grilhões e tentarmos entendermos o mundo? Nossa preguiça nos faz apreciar essas informações mastigadas e aceita-las como verdade. Nosso estúpido orgulho nos faz acreditar que nossas verdade são absolutas, mas una coisa absoluta é nossa ignorância

sexta-feira, 14 de março de 2008

Você sabe?

"Há mais coisas no céu e na terra, Horácio, do que sonha a tua filosofia"

Algumas coisas nunca saberemos.
Outras de tanto sabermos acabando não sabendo, como por exemplo...alguém realmente sabe por que o por-do-sol é bonito? E a respostas do tipo " é bonito que é um fenómeno da natureza" ou " Ahh as cores as sensações..." não valem pois só remetem a mais perguntas do tipo " Então o que faz um fenómeno da natureza bonito, porque aquelas cores são bonitas?".
Muitas coisas sabemos por instinto... mas como verbalizar? Existe alguma palavra capaz de descrever uma dor? Existe frase que conte, com a mesma intensidade da vivência, um amor de verão?
Algumas coisas nunca saberemos.
Outras sempre saberemos.
Mas as coisas que sabemos se tornam vulgares.
E por saber disso que não deixo você me saber. Você através do fino tecido de meu véu, consegue perceber os contornos do meu corpo e somente com isso acha que me vê. Mas saiba que sou muito mais complexa que uma metonímia. É claro que você poderia puxar meu véu de uma vez... mas sua covardia não permite.
Você nunca reparou que minha não-laconicidade é que me torna lacónica, explico, tudo se resume a pouco, mas, no meio de tudo o pouco não se percebe. Me escondo dentro de você... brinco dentro do seu labirinto.
Note meus olhares e minhas mãos! Note meus silêncios e meu cabelo e não se esqueça de notar o sangue que corre em minhas veias.... Sim eu tenho sangue! Vermelho como a rosa que eu nunca ganhei!
Não se distraia com a filosofia ou com meu decote... tente se distrair com o que requer atenção. Porque ha coisas que nos nunca saberemos... mas ha coisas também que podemos saber

sexta-feira, 7 de março de 2008

Unhas Roídas

Introdução

Tive vontade de fazer este post em uma aula qualquer. Tive vontade de fazer este post quando olhei minhas unhas, agora de mulher, e pensei nos ultimos seis meses. Tentei decidir o titulo. Pensei em varias opções... mas então me dei conta que na verdade o que me impulsiona a escrever este post são minhas ex-unhas ruidas...sendo assim começo.
Unhas Roídas
Há seis meses eu sussurrava um grito de protesto, sussurrava porque minhas unhas roídas era algo tão discreto, tão singelo e tão sem brilho que não deveria chamar atenção, era um grito porque elas pareciam um atrativo mais eficiente do que qualquer decote, todos olhavam minhas unhas, todos se sentiam ofendidos por elas e assim eu protestava.
Há seis meses na sala de estudos do cursinho havia um cheiro, que até hoje não sei se bom ou ruim, que me seduzia. Um cheiro que fazia amar e que só eu sentia. Aquele cheiro secou varias lágrimas e embalou meus sonhos... mas hoje o cheiro se dissipou no ar.
Há seis meses eu escutava risos que não eram meus e como uma ratinha enchirida me infiltrava neles. Pescava palavras e roubava olhares, hoje meus risos ecoam em todos os corredores e os olhares vem em minha direção
Há seis meses cheguei a sentir o ar rarefeito e nesses momentos aprendi a respiração cultanea, aprendi a respirar pela pele do outro. O ar passava da pele dele para a minha e aprendi isso estudando química!
Há seis meses.... O que era diferente? O tempo... hoje o professor de literatura disse na aula que a musica ocupa a dimensão do tempo... então aquela época era musica para meus ouvidos Hoje a aquela alegra outras pessoas.... hoje a musica que me alegra é outra... mas que saudades daquelas tardes... " raiva por não ter trazido o passado roubado na algibeira"
Naquela época minhas unhas não eram obrigações... elas eram meu protesto e meu medicamento. O doutor me recomendara um pedacinho a cada nervoso.... mas o tempo passou. Unhas de mulher e lembranças de menina...
Pedra cravada em minha vida se moveu... deixando na boca o gosto do nada. O nada é amargo...H seis meses eu não era mais feliz do que sou agora... mas por seis meses sonhei que meus próximos seis meses fossem a copia daqueles... Mas as copias são físicas... e não conseguiram realizar meu desejo metafisico. Ahhhhhhh o que mudou em seis meses?
As coisas ainda são iguais... as pessoas são quaseee as mesmas mas está tudo tão diferente.. mesas vazias..corredores cheios... olhares sedutores e unhas feitas! De qualquer jeito sinto saudades do passado com gosto de futuro

terça-feira, 4 de março de 2008

Mudanças

De acordo com Aristóteles as coisas já são o que serão. Explicando melhor, a semente contem a árvore, a criança contem o idoso, a alegria contem a dor e por ai vai. Ele chamo isso de potencia. Uma coisa só se transforma em algo que ela já era mais que até então estava somente em potencia.
Mas as transformações não ocorrem do dia para noite ( e este por sua vez não ocorre de uma outra para outra que por sua vez não acontece de um minuto para a o outro e assim vai...). Elas demoram tempo... mas quanto? Depende, para uma semente crescer até a árvore chegar a fase adulta anos são nescessarios, para uma criança virar idoso anos também são nescessarios agora para um bolo ficar pronto leva só uns quarenta e cinco minutinhos.
De acordo com Zenão, não importa o qual longe você esta da sua cama, nunca chegará lá. Explicando melhor, para você chegar a qualquer lugar antes você precisa chegar a metade do caminho e antes disso a metade da metade e antes disso ainda a metade da metade da metade.... e assim vai até nunca mais acabar.
Sabendo que transformações demoram tempo e que este é formado por horas que antes são minutos e antes segundo e antes milésimo e assim vão se dividindo e se tornando infinitas, chegamos a conclusão que as transformações ocorrem eternamente, elas sempre estão se construindo e talvez em nome de uma mudança menor. Mas não percebemos. Perdemos a noção do tempo olhando para o relógio.
E olhando para ele acabamos não analisando nosso potencial e decidindo de maneira firme o que será pontecializado e o que não será. Acabamos esquecendo que tudo que acontece estava presente antes e que lentamente ( e infinitamente) foi construído.
A flor precisa de uma semente para nascer... mas mesmo com semente sem água e terra fértil a flor não existe.
Traduzindo.... demorarei mais a escrever porque preciso estudar e decidir o que vou fazer da vida